Superbactérias, novo produto da pecuária intensiva
Publicado em 11 de junho de 2012 por Daniela Frabasile
Para
ampliar lucros e antecipar abate, animais são “alimentados” com antibióticos.
Alguns micro-organismos resistem e podem se tornar indestrutíveis
Por Daniela Frabasile
O
surgimento, entre humanos, de bactérias que se tornam imunes aos antibióticos
mais potentes é um fenômeno conhecido há tempo. Acabam de surgir sinais de que
algo mais grave pode estar ocorrendo entre os animais domesticados. O uso
abusivo de medicamentos – em especial antibióticos – está causando o
aparecimento de micro-organismos resistentes em larga escala, segundo estudo
feito por Ray Kaplan, parasitologista da Universidade da Georgia, nos EUA,
publicado recentemente na revista Veterinary Parasitology.
A
pesquisa, realizada na Austrália, Brasil e Estados Unidos, revela que ovelhas e
cabras são os animais mais afetados – mas há indícios de que também bovinos e
equinos foram afetados. Em alguns casos, as bactérias são resistentes a todas
as drogas disponíveis. A resistência é consequência direta de um dos processos
da pecuária intensiva mais criticados pelos ambientalistas e defensores dos
direitos dos animais. Em muitos casos, estes recebem antibióticos na própria
alimentação, sem sequer terem desenvolvido doença alguma. O cálculo econômico
indica que é mais lucrativo agir assim: os bichos serão abatidos antes que a
medicação ultra-intensiva deteriore sua saúde; e o método permite ampliar o
índice de animais “aproveitados”… para corte.
Kaplan
refere-se ao problema como “global worming” (“vermifugação global”, em analogia
ao aquecimento global, global warming, em inglês). Para o parasitologista, a
solução seria ministrar as drogas apenas aos animais doentes, a fim de reduzir
as chances de aparecimento de linhagens resistentes. Além disso, segundo
Kaplan, não juntar tantos animais em espaços exíguos (os locais de criação
ultra-intensiva) reduziria as chances de contágio.
Opiniões divergentes:
"To nem aí pros animal, eu quero minha carne na hora do almoço, uahUahuha"
"To nem aí pros animal, eu quero minha carne na hora do almoço, uahUahuha"
"Abate humanitário? Legal, agora é ético
matar por prazer desde que a vítima não
sofra? Da um tempo, eu não quero abate humanitário, eu quero a abolição do abate".
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