sexta-feira, 22 de julho de 2011

OS BOLAS MURCHAS DO ANO

Em pé(da esquerda para direita): Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar Agachados: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo

Minha opinião sobre futebol

Na minha adolescência (1958) torcia pela Seleção Brasileira. Com novos saberes e o amadurecimento, cheguei a conclusão de que o esporte das chuteiras não pode representar um todo que é o Brasil.

Descobri, quem lucra com o futebol, seja ele vencedor ou não, são os cartolas, técnicos, alguns jogadores e quejandos que ganham dinheiro com a sua prática.

Passei a testemunhar, a cada dia, que o futebol é uma forma de entretenimento que não favorece a cidadania, a educação e a paz entre os seres humanos, como se propagandeia. Muito pelo contrário.

O futebol, dentro e fora do campo, é um agente que estimula as agressões violentas, fraudes, “maracutaias, “espertezas” sempre com o objetivo de violar as regras estabelecidas – são gols de mão, suborno e erros de árbitros, “cera técnica”, corrupção de cartolas, etc. Uma infinidade de comportamentos amorais que deseducam, incitam à violência, incentivam a desonestidade e atos insanos – como os assassinatos cometidos pelas torcidas organizadas.

Some-se a arrogância do brasileiro apaixonado afirmando que no Brasil se prática o melhor futebol mundo (será mesmo motivo para paixão?) – o que pode ter sido antes, mas não é mais. E de afirmar que a seleção brasileira é a encarnação do Brasil, Não é, nem nunca foi. Então, deixei de torcer pela seleção.

Imprensa especializada











Cale a boca Galvão

Cabe a imprensa especializada, ufanista e sensacionalista, parte da culpa de construção e sustentação desses mitos e capaz de criar falsos ídolos (vide Neymar e similares).

Para manter a audiência e o consequente lucro costuma, de forma sub-reptícia, convencer aos mais jovens de que é mais importante jogar futebol do que frequentar uma universidade (e será que não é?).

Direcionando os nossos esforços










No meu entender, mais importante do que as vitórias ou derrotas de um pequeno grupo bem remunerado que, dando chutes e pontapés no campo, se jacta de estar representando um país continental como o Brasil, é o esforço de todos nós para diminuir a pobreza/miséria de 2/3 dos brasileiros.

Devemos lutar para que todos tenham moradia, alimentação, emprego digno, educação, saúde, segurança, transporte público de qualidade, distribuição justa de renda. Também por uma justiça que funcione – exigindo de seus profissionais que trabalhem mais para justificar os altos, privilegiados e imorais salários que recebem (quando comparados com os da população em geral); e mais: precisamos combater ininterruptamente a corrupção e os maus políticos que insistem em se locupletar com o dinheiro público. Acredito que para todos nós tais metas sejam mais importantes que a vitória ou a derrota de um “catadinho” de protagonistas farsantes, bizarros, arrogantes e fanfarrões.

Significa que devemos deixar de torcer por nossos times regionais? De forma nenhuma, contanto que se encare o jogo como um simples jogo, mera opção para divertir e não uma batalha heróica, nacionalista e transcendental. Nada mais que um jogo.

Campeões morais (1978)









No futebol profissional o que conta é o resultado. Lembram-se da seleção de 1978? Jogou bonito, ganhou, empatou, não perdeu uma partida, mas não levou o título. Então, o técnico Cláudio Coutinho cunhou uma expressão que emblematizou a seleção: "somos os campeões morais", disse, em referência à controversa e inesperada goleada sofrida pelo Peru diante da Argentina (6X0), que eliminou o Brasil da disputa pelo título.

Seleção Bola Murcha








Errar uma vez, é humano, mas errar quatro vezes é Brasil...

Nunca antes a Seleção Brasileira foi tão ridicularizada em campo. Eliminada por 2 a 0 nos pênaltis após empatar por 0 a 0 com o Paraguai no tempo normal, a equipe verde-amarela terminou a competição em oitavo lugar — a pior campanha em 32 participações no torneio de seleções mais antigo do mundo. Para muitos a culpa foi da areia existente na marca do pênalti. Os paraguaios também utilizaram a mesma marca com a mesma areia, e não tomaram conhecimento chutaram três penalidades e fizeram dois gols.

Comentários de especialista
Dos comentários que vi e escutei o mais corajoso, o mais realista e mais lógico que encontrei foi o do ex-jogador Tostão. Acresce que se afinou com o que penso, por isso vou transcrever fragmentos de sua crônica:









Neymar, pseudo-craque criado pela mídia?

Faltaram mais maturidade e talento, do meio para frente”... “O Brasil tem ótimos jogadores, mas não possui, hoje, um único grande craque no meio-campo e no ataque” (entenderam, devotos de Neymar e Cia?). “A derrota vai fazer bem aos jovens. A derrota humaniza, os retiram de um pedestal de ilusões, de se acharem gênios, caras escolhidos pelos deuses” (duvido!). “O Brasil é o pais da maquiagem e da enganação... A última mentira é que a Seleção tinha um quarteto mágico na frente. Eles são ainda aprendizes, que confundem o truque no momento do espetáculo”. Tostão