terça-feira, 3 de janeiro de 2012

DIRETO AO PONTO - 03.12.2012

OCUPEM 2012


Jorge Portugal, educador e poeta, escreve em sua coluna:

"Decidi por um texto-manifesto, uma espécie de convocação à cidadania inspirado no movimento 'Ocupe WallStreet' (...) Portanto, lhes peço: ocupem 2012 em apoio à luta - muitas vezes desigual - da ministra Eliana Calmon em prol da 'correção de rumos' do Judiciário Brasileiro. Dos três poderes o Judiciário é o único que ainda se mantém como um castelo medieval, e muitos dos seus membros se julgam portadores de um título de nobreza de um império que acabou em 1889. não se pode questionar qualquer ato suspeito de certos magistrados, sob pena de o céu desabar sobre a cabeça de quem ousou fazê-lo. (...) A ação da Ministra Eliana Calmon - e os seus resultados - é um teste fundamental aos limites da democracia brasileira. portanto, leiam, acompanhem escrevam no Facebook, Twitter, comentem na sala de aula, mesa de bar, mas não deixem a ministra sozinha nesta luta."

Concordo em gênero, número e grau com o autor do texto. (Queiroz)

DIRETO AO PONTO - 03.01.2012

Comentando o noticiário dos jornais

Jaime Sodré, professor universitário, mestre em História da Arte, doutorando em História Social fala sobre a Nafro, a força da fé, comenta:

"Estamos em tempos contemporâneos, mas sob o signo da intolerância religiosa, tendo como alvo as religiões de matriz africana. (...) A história, registra hoje, no campo de vencer desafios, uma ação exemplar: trata-se da criação do Nafro, merecedora destas linhas. Em agosto de 2005, a competente repórter de A Tarde Cleidiana Ramos registrava {...} ...o final de semana foi histórico para a Polícia Militar {...}... no Colégio Militar {...}... Dendezeiros, foi instalada, oficialmente uma experiência pioneira no Brasil, envolvendo corporações militares: o Núcleo de Religiões de Matriz Africana de Polícia Militar da Bahia (Nafro)". 

"A Nafro se propunha dialogar com os segmentos do movimento negro, difundir informações a respeito da história e cultura africana e afro-brasileira, discutir as relações étnico-raciais, criar alternativa de acesso à segurança pública para as comunidades de terreiros de Salvador.(...) Projetos foram empreendidos, mas é importante notificar o papel difusor da idéia Nafro para São Paulo, Rio e implantação no Exército/6a. Região Militar. Aguardamos a Marinha e Aeronáutica. Afinal, os tambores sagrados são três". 

Comentando o artigo
Trata-se de uma peça irrepreensível de defesa dos princípios, direitos e interesses do povo africano e afro-brasileiro. Entretanto, nada tem a ver com as funções e responsabilidades constitucionais da Polícia e das demais Forças Armadas Brasileiras que, em nenhuma hipótese, deve exceder os deveres primordiais contidos na Carta Magna. E dentre eles, na condição de instituições laicas, não pode se envolver com questões religiosas, nem com problemáticas étnicas-raciais dos tipos "dialogar com os segmentos do movimento negro, difundir informações a respeito da história e cultura africana e afro-brasileira, discutir as relações étnico-raciais, criar alternativa de acesso à segurança pública para as comunidades de terreiros de Salvador", que devem ter fóruns adequados para trabalhar tais questões - se não os tiver que sejam criados. 

Por consequência,  a criação da Nafro não é uma ação legal nem exemplar. Por isso não deve ser aceita nas fileiras da Polícia Militar, tampouco nas dos Exército, Marinha e Aeronáutica. Mesmo que os tambores sagrados sejam três... (Queiroz)