José Pinto de Queiroz Filho
NOTÍCIAS VEICULADAS PELA IMPRENSA
Para refletir sobre o conflito Israel/Palestino seria
lógico começar por uma premissa: As raízes remotas do conflito remontam
aos fins do século XIX quando colonos judeus começaram
a migrar para a região. Sendo os judeus um dos povos do mundo que não tinham um
Estado próprio, tendo sempre sofrido por isso várias perseguições, foram
movidos pelo projeto do sionismo (de Sião) - cujo objetivo era refundar na Palestina um
estado judeu. Entretanto, a Palestina já era habitada há séculos por uma
maioria árabe.
INVASÃO ANUNCIADA?
Menachem Begin não estava brincando. Em 1981, o então
primeiro-ministro israelense mobilizou oito caças F-16 para destruir um reator
nuclear quase pronto no Iraque, que Israel acreditava que poderia produzir
plutônio para armas atômicas. Begin diria depois que o ataque foi uma prova de
que seu país "sob circunstância alguma permitirá ao inimigo desenvolver
armas de destruição em massa contra o nosso povo".
O episódio definiu uma estratégia conhecida como
"Doutrina Begin", que pode ser resumida com a seguinte frase: "A
melhor defesa é uma prevenção rigorosa".
Apesar das reiteradas negativas iranianas, a Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) deve declarar em um
relatório nesta semana que a República Islâmica tem capacidade para desenvolver
armas atômicas, segundo informou o jornal "Washington Post". Israel
nunca descartou a possibilidade de um ataque preventivo ao Irã, mas essa
hipótese se intensificou nestes dois anos sob o comando de Netanyahu [1] - um
ideólogo da direita, como Begin.
Em outubro, o veterano analista Nahum Barnea insinuou,
na capa do popular jornal Yedioth Ahronoth, que o governo estava preparando um
ataque iminente. Dias depois, Netanyahu alertou para a "ameaça direta e
pesada" representada pelo Irã, e na semana passada Israel testou um
míssil. No mesmo dia, os militares afirmaram ter concluído exercícios aéreos na
Sardenha, "praticando operações em uma vasta terra estrangeira".
CAUTELA DE ISRAEL DIANTE DE UMA
POSSÍVEL INTERVENÇÃO MILITAR
Tudo isso elimina o elemento-surpresa caso Israel
esteja realmente planejando um ataque ao Irã. Mas não seria uma forma de chamar
a atenção para o problema, na esperança de que os EUA ou alguma outra potência
intervenham?
Entrevistas com autoridades civis e militares nos
últimos meses - a maioria sob (covarde) anonimato - indicam que Israel prefere
a cautela a um ataque unilateral contra o Irã. O país dedica tanta energia às
estratégias defensivas quanto aos preparativos para um ataque. A circunspecção
de Netanyahu é reveladora.
Em vez de agir por conta própria, Israel pede às
potências mundiais que intensifiquem suas sanções contra o Irã, e aos EUA que
ofereçam apoio a uma ação militar, que é vista como um último recurso. A opção militar não é uma ameaça vazia, mas
Israel não deve se apressar para liderá-la. Tudo deve ser comandado pelos
Estados Unidos, e como último recurso - disse o vice-premier Moshe Yaalon,
ministro de Assuntos Estratégicos, à Rádio do Exército.
Israel sabe há anos que um ataque ao Irã seria muito
mais difícil do que o realizado contra o Iraque. O Irã é maior, mais distante
e, talvez por ter aprendido as lições do Iraque, construiu numerosas
instalações fortificadas. Remover isso iria requerer uma campanha sustentada na
força aérea israelense, acostumada a ataques precisos por meio do uso de tecnologia
avançada. Além disso, o Irã tem guerrilhas aliadas no Líbano e na Faixa de
Gaza, contra as quais Israel travou guerras custosas em 2006 e 2009.
Num momento em que o governo Netanyahu enfrenta
crescente isolamento - o impasse com os palestinos se aprofunda, suas alianças
com Turquia e Egito se enfraquecem – Israel admite que está relutante em seguir
adiante contra o Irã.
A VOZ DO ACUSADO
O Governo iraniano classificou como “ridículo e inventado” o relatório
divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA - que acusa o Irã
de realizar atividades para desenvolver armas nucleares – e o considera “uma repetição das acusações infundadas dos Estados Unidos e dos
sionistas (de Sião) judeus.”
O QUE PENSO DE TUDO ISTO
- A AIEA é entidade
não/confiável, pois pertence a ONU – controlada política e economicamente
pelos EUA e pelos interesses comuns de seu títere, Israel. E pergunto: por
que Israel e os EUA – com os históricos comprometedores de agressões e
guerras genocidas e desrespeitosas contra outras nações - têm o direito de
ter a Bomba Atômica e os outros países não?
- Será que a
opinião pública internacional vai cair mais uma vez no engodo de que o Irã
está construindo armas nucleares como aconteceu com o Iraque?
- Para encerrar,
repito e endosso, aqui, a frase de Dilma Rousseff: “Sem
uma solução para o povo da Palestina, não haverá uma solução de segurança
para o povo de Israel.”
[1]
Em se falando do premier Benjamin Netanyahu, o presidente Sarkozy, da França, numa
conversa privada com o presidente Obama,
afirmou: “Não posso vê-lo mais, é um mentiroso”. E Obama: “Você
diz que está cansado dele, e eu que tenho de lidar com ele todos os dias?” France Press, Paris.
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