quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DIRETO AO PONTO - 09.11.2010


José Pinto de Queiroz Filho

NOTÍCIAS VEICULADAS PELA IMPRENSA

Para refletir sobre o conflito Israel/Palestino seria lógico começar por uma premissa:  As raízes remotas do conflito remontam aos fins do século XIX quando colonos judeus começaram a migrar para a região. Sendo os judeus um dos povos do mundo que não tinham um Estado próprio, tendo sempre sofrido por isso várias perseguições, foram movidos pelo projeto do sionismo (de Sião) - cujo objetivo era refundar na Palestina um estado judeu. Entretanto, a Palestina já era habitada há séculos por uma maioria árabe.

INVASÃO ANUNCIADA?
Menachem Begin não estava brincando. Em 1981, o então primeiro-ministro israelense mobilizou oito caças F-16 para destruir um reator nuclear quase pronto no Iraque, que Israel acreditava que poderia produzir plutônio para armas atômicas. Begin diria depois que o ataque foi uma prova de que seu país "sob circunstância alguma permitirá ao inimigo desenvolver armas de destruição em massa contra o nosso povo".
O episódio definiu uma estratégia conhecida como "Doutrina Begin", que pode ser resumida com a seguinte frase: "A melhor defesa é uma prevenção rigorosa".

Apesar das reiteradas negativas iranianas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) deve declarar em um relatório nesta semana que a República Islâmica tem capacidade para desenvolver armas atômicas, segundo informou o jornal "Washington Post". Israel nunca descartou a possibilidade de um ataque preventivo ao Irã, mas essa hipótese se intensificou nestes dois anos sob o comando de Netanyahu [1] - um ideólogo da direita, como Begin.

Em outubro, o veterano analista Nahum Barnea insinuou, na capa do popular jornal Yedioth Ahronoth, que o governo estava preparando um ataque iminente. Dias depois, Netanyahu alertou para a "ameaça direta e pesada" representada pelo Irã, e na semana passada Israel testou um míssil. No mesmo dia, os militares afirmaram ter concluído exercícios aéreos na Sardenha, "praticando operações em uma vasta terra estrangeira".

CAUTELA DE ISRAEL DIANTE DE UMA POSSÍVEL INTERVENÇÃO MILITAR
Tudo isso elimina o elemento-surpresa caso Israel esteja realmente planejando um ataque ao Irã. Mas não seria uma forma de chamar a atenção para o problema, na esperança de que os EUA ou alguma outra potência intervenham?

Entrevistas com autoridades civis e militares nos últimos meses - a maioria sob (covarde) anonimato - indicam que Israel prefere a cautela a um ataque unilateral contra o Irã. O país dedica tanta energia às estratégias defensivas quanto aos preparativos para um ataque. A circunspecção de Netanyahu é reveladora.

Em vez de agir por conta própria, Israel pede às potências mundiais que intensifiquem suas sanções contra o Irã, e aos EUA que ofereçam apoio a uma ação militar, que é vista como um último recurso.  A opção militar não é uma ameaça vazia, mas Israel não deve se apressar para liderá-la. Tudo deve ser comandado pelos Estados Unidos, e como último recurso - disse o vice-premier Moshe Yaalon, ministro de Assuntos Estratégicos, à Rádio do Exército.

Israel sabe há anos que um ataque ao Irã seria muito mais difícil do que o realizado contra o Iraque. O Irã é maior, mais distante e, talvez por ter aprendido as lições do Iraque, construiu numerosas instalações fortificadas. Remover isso iria requerer uma campanha sustentada na força aérea israelense, acostumada a ataques precisos por meio do uso de tecnologia avançada. Além disso, o Irã tem guerrilhas aliadas no Líbano e na Faixa de Gaza, contra as quais Israel travou guerras custosas em 2006 e 2009.
Num momento em que o governo Netanyahu enfrenta crescente isolamento - o impasse com os palestinos se aprofunda, suas alianças com Turquia e Egito se enfraquecem – Israel admite que está relutante em seguir adiante contra o Irã.

A VOZ DO ACUSADO
O Governo iraniano classificou como “ridículo e inventado” o relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA - que acusa o Irã de realizar atividades para desenvolver armas nucleares –  e o considera “uma repetição das acusações infundadas dos Estados Unidos e dos sionistas (de Sião) judeus.”

O QUE PENSO DE TUDO ISTO
  1. A AIEA é entidade não/confiável, pois pertence a ONU – controlada política e economicamente pelos EUA e pelos interesses comuns de seu títere, Israel. E pergunto: por que Israel e os EUA – com os históricos comprometedores de agressões e guerras genocidas e desrespeitosas contra outras nações - têm o direito de ter a Bomba Atômica e os outros países não?
  2. Será que a opinião pública internacional vai cair mais uma vez no engodo de que o Irã está construindo armas nucleares como aconteceu com o Iraque?
  3. Para encerrar, repito e endosso, aqui, a frase de Dilma Rousseff: “Sem uma solução para o povo da Palestina, não haverá uma solução de segurança para o povo de Israel.”



[1] Em se falando do premier Benjamin Netanyahu,  o presidente Sarkozy, da França, numa conversa  privada com o presidente Obama, afirmou: “Não posso vê-lo mais,  é um mentiroso”.  E Obama: “Você diz que está cansado dele, e eu que tenho de lidar com ele todos os dias?France Press, Paris.

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